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quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

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Contado por Juscelina Silva Naum exatamente 10:23 0 sugestoes
Luciane tinha doze anos quando fugiu da casa da mãe. Ela já havia se esgotado, de raiva, dor e medo, dentro daquela casa.
Sua mãe tinha oito filhos e um namorado a cada semana. Muitas vezes, a menina sofrera nas mãos deles, com uma mártir silenciosa. E a mãe, que era viciada em drogas, batia nos filhos e muitas vezes tinha de ser carregada pelas ruas, por Luciane e Marlon, seu irmão mais velho.
Foi ele que a orientou.
- Foge daqui, Lu - alertou ele, quando chegavam em casa depois da escola, falando do vício da mãe - Procura um lugar pra ficar, qualquer lugar.
Luciane suspirou.
- Ela nem vai sentir falta, né?
Ele negou meio tristonho.
- Acho que não, Lucy - falou finalmente.
E deixou que a irmã corresse. Lucy correu tanto que chegou no bairro nobre da cidade, alojando-se no terreno vazio ao lado do velho teatro municipal.
Todos os dias, depois de escurecer, um grupo de sete garotos adentravam o terreno, e ela os observava ao longe. Eram adolescentes ricos, bem vestidos e viciados em vários tipos de drogas. Luciane passou semanas os observando, percebendo e reconhecendo suas feições e os apelidando em sua cabeça, como se assistisse a um filme.
Um dia perto das dez da noite - ela cuidava a hora no relógio da igreja, em frente ao terreno onde vivia - ; o vesguinho, o caçula e o alto entraram sozinhos e a viram. Ela correu, assustada, mas o caçula a puxou pelo braço e a encarou.
- Oi, quem é você? - ele perguntou, tão amistoso que Lucy respondeu.
- Luciane - falou, sem tirar os olhos do garoto - Não quero incomodar ninguém, eu juro.
Eles assentiram, cercando a menina, os três sorrindo.
- Não vamos machucar você, sério - falou o vesguinho, sorrindo - O que é que tá fazendo aqui?
Ela hesitou, mas respondeu.
- Eu moro aqui - falou - Há algum tempo.
Eles se olharam, sorrindo maliciosamente.
- Andou se escondendo de nós, Lucy? - falou o alto.
Ela tremeu, confusa.
- Acho que sim.
O garoto alto tirou uma garrafa de trás de si, e uma sacola de salgadinhos de festa quentinhos.
- Então, acho que gostaria disso aqui, então?
Tudo o que Lucy lembra, é que comeu salgadinhos com a bebida da garrafa. Depois só se lembra de acordar pela manhã, com o garoto alto ao seu lado.
- Tá tudo bem com você? - perguntou ele.
Ela fez que sim com a cabeça, sonolenta.
Ele foi embora.
 

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